sábado, 1 de julho de 2017

Pesquisa de campo a Cunha

Momento único na vida de um ceramista: ver a abertura do forno Noborigama no ateliê Suenaga e Jardineiro. Gilberto Jardineiro foi o artista que colocou Cunha no mapa e tem uma importância ímpar para a cidade. Lembro-me que quando acadêmica na Federal do Mato Grosso do Sul recebia o convite da abertura do forno. Como era esta divulgação? O Jardineiro escrevia 2.000 cartas a mão e levava em Guaratinguetá para postar via correio. Isto mesmo: em 1995 o e-mail ainda era ferramenta de poucos mortais. Aquele convite já era um fascínio. Imaginava as peças e como seria visitar um ateliê que trabalhasse exclusivamente com barro. Naquela época, nem sonhava em conhecer São Paulo e menos ainda morar nesta cosmopolita. Por último, mas não menos importante neste pequeno apanhado cronológico: mal sabia eu que a cerâmica seria a minha vida a partir de 1996.
Ao visitar Cunha em pesquisa de campo com a Unesp, hoje minha universidade, voltei nos tempos de acadêmica, mas com uma visão mais madura. A única coisa que pensava: vou trazer os alunos do projeto para cá. Nesta etapa agora não será possível o grupo todo, mas selecionarei alguns para vivenciar momentos únicos nos ateliês mais importantes.
























Lalada Dalglish, minha orientadora, que traz grupos de pesquisa há 25 anos à Cunha. Com certeza, as visitas ao lado dela tornaram-se mais que especiais, pois é respeitada e admirada por todos os ceramistas da cidade.











Ai que paixão: Mieko, que foi a precursora e trouxe todos os ceramistas para Cunha. Que história linda e emocionante a dela com a arte, com o barro e com a cidade. Paixão que rendeu a aquisição de algumas peças utilitárias dela que dá até dó de usar. Fico olhando e acabo pegando outras. Risos. Realmente, são obras únicas que mostram a sensibilidade desta mulher guerreira e que mostrou a todos nós como a arte realmente é capaz de curar.
Só de postar estas fotos já me emocionei e chorei, pois tive o prazer de voltar em outro dia para conversar sobre o grande sonho dela, que é o Museu de Cerâmica de Cunha. Nosso total apoio à você, Mieko, pessoa linda de viver.










Abaixo, algumas obras da Mieko.💗💗💗💗💗💗💗💗💗💗💗💗




























Ateliê Tokai
















Ateliê J. Carvalho















Ateliê Alberto Cidraes, que tive o prazer de fazer um workshop de cabeças sonoras com ele.



































Ateliê Cristina e Sandro Quirino.








Ateliê Augusto e Leí.














Lavandário. O sonho de uma pessoa tornou-se a realidade de tantas outras para nos deslumbrarmos com esta beleza. A dona do local trouxe cinco mudinhas da França e hoje cultiva milhares de pés em um local de perder o fôlego com a vista.











Importante percebermos a nossa pequenez e nos curvarmos diante da vida para entendermos que precisamos aprender, aprender e aprender.













Nenhum comentário:

Postar um comentário